quinta-feira, 9 de agosto de 2012

So i don't look back

Visitei meu antigo colégio hoje. Não por pura vontade. Tinha que resolver algo nos arredores, mas havia chegado cedo demais... o jeito seria esperar algumas horas fazendo algo para passar o tempo. Decidi de forma repentina, talvez contaminado pela euforia que meus amigos eram tomados quando visitavam  os seus antigos colégios. Mais uma vez,  esqueci-me que não comunhava do saudosismo deles, pois, por alguns instantes, pensei ter vivido uma relação aluno/escola totalmente imaginária.
Não precisei vasculhar muito, nem avistar muitos rostos familiares, para que uma ponta da angústia adolescente aparecesse e toda a escutlura desmoronasse. "Passado agora". No começo, tentei encará-la como algo natural.  Como um sentimento necessário para moldar a minha cabeça e a minha reação diante das coisas atualmente; um quase amadurecimento. Sorri diversas vezes, tão como uma criança solta em um grande playground, mas não por lembrar de certos momentos marcantes, mas, sim, pelo sentimento de estar ali. Em um lugar tão familiar (ora, se me foi familiar, tevo ter tido momentos de felicidade também! basta procurar na memória...) durante tantos anos.
No entanto, a cada instante, tentava afastar a lembrança dos momentos de desespero. "Não foi em vão", pensava. "Sou uma pessoa melhor agora".
Andei... andei... mas o tempo teimava em não correr. "Muita coisa para rever ainda".
Examinava todos os detalhes, mas sem deixar de lado o ar de superioridade. "Sofri? sim, mas isso não me afeta mais". "Ah, se tivesse a cabeça que tenho hoje... tudo seria tão diferente!". "Sou uma pessoa mais segura agora", teimava em  me convencer.
O importante disso é que essa experiência foi extremamente solitária. O campo, as quadras, os corredores, o estacionamento... tudo estava vazio.Vez por outra, alguém aparecia, mas, agora, eu era destemido.
Tinha que esperar por uma hora ainda. Só me restava esperar no ginásio, estaria protegido lá. Nem sol, nem chuva. Alguns alunos brincavam na quadra, mas eram poucos, uns 4 talvez...
Na medida que o tempo passava, mais alunos chegavam e eu começava a me sentir estranho...
não havia ninguém olhando para mim, mas eu tinha essa impressão (da mesma forma como me sentia quando era adolescente...). Aquela angústia ia tomando conta aos poucos e, por mais que tentasse, não conseguia sustentar o ar de segurança tão bem encenado (para mim, talvez) na "vida adulta". Não conseguia ouvir música alguma... foi quando lembrei de alguém que gostava muito ainda no colégio. Senti-me estranho, diminuído, encolhido num canto... nada havia mudado, portanto.
Perguntei-me, novamente, se teria condições de alterar algo se me fosse dada a oportunidade de voltar no tempo...
Naquele momento, diante da mesma angústia, pensei que seria muito difícil.Tudo iria se repetir, pois a insegurança estava ali, só esperando as circunstâncias propícias. E, por mais que teimasse em escondê-la, bastaram alguns segundos em uma atmosfera tão familiar para o sofrimento vir a tona.
Não, não quero voltar.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

get free...

Bom, decidi criar este blog com o intuito de me livrar do medo que sinto das palavras. Desde alguns anos, venho percebendo este bloqueio com o uso destes signos... não sei se puramente medo, não sei  se por ser extremanente perfeccionista e, por isso, a idéia de criar um texto através de um trabalho árduo de leitura e mudança de termos me afligisse de tal maneira que me tirasse o prazer em escrever/transmitir idéias sem compromisso algum... não sei exatamente a motivação desta angústia no ato de escrever. Por isso, tomei a iniciativa de ser o mais espontâneo possível na criação de  alguns textos/idéias apenas para este blog. Quanto mais livre eu estiver, mais seguro me sentirei para escrever o que se passa na minha cabeça sem preocupação com formalidade desnecessária. Talvez, com esta nova familiarização, meus textos melhorem, meu vocabulário se enriqueça, minha angústia se vá... apenas talvez.